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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Não aparece nem um Coisa-ruim pra capinar a roça! - Sebastião Vicente da Silva

Sebastião Vicente da Silva, mais conhecido como “Tiãozinho da Lavrinha”, é lavrador e nasceu em 1957 em Luminárias, onde mora. No vídeo a seguir ele conta um conto que pertence ao grupo que Luís da Câmara Cascudo chama de Ciclo do Demônio Logrado.




Encontramos uma variante desse conto no verbete Diabo no Dicionário do folclore brasileiro de Luís da Câmara Cascudo. A estrutura central desses dois contos é a mesma: confrontando-se a astúcia feminina e a diabólica, a mulher sempre sai vitoriosa       

Com mulher ruim nem o diabo pode
Era uma vez um marido que estava desesperado de corrigir a mulher. Falou assim no meio da discussão: - Com você nem o diabo pode.
Boca, por que falou? Na mesma horinha apareceu o Chifrudo, na figura de um moço que queria emprego:
- “Me” chamou, estou aqui.
O homem, logo que se refez do susto, replicou:
- Está bem. O seu serviço é ficar por aqui, quando eu saio de casa, Algum servicinho na casa e no terreiro. Mas sempre olhando o que se passa, pra depois me contar.
Dessa vez o homem saiu sossegado para as suas tarefas.
Mal acabava de virar o espigão, já apareceu um senhor batendo à porta e olhando para o empregado com má cara. A mulher só lhe disse baixinho: - Eu arranjo!
Chamou o diabo e disse-lhe:
- Pegue este cesto e vá correndo buscar água no rio, pra passar um cafezinho.
O diabo foi. Enchia o cesto e vinha trazendo, mas a água escapava. Homem, até fez caminho na beira do poço e tanto encher e esvaziar o jacá.
Quando o patrão chegou, o diabo disse que desistia do emprego.
Referências bibliográficas:
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. 11ª ed. São Paulo: Global, 2008.

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