CONHEÇA OS CAUSOS

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Estórias de Assombração - Luíz de Ávila e Silva

O senhor Luíz de Ávila e Silva nasceu em 1912 em São João del Rei e era agricultor. Beirando os cem anos, o senhor Luíz é dono de uma memória e de um bom humor de dar inveja em muitos. No vídeo a seguir ele relembra algumas passagens misteriosas de sua vida, barulhos e aparições que causam medo até mesmo aos mais corajosos: são as estórias de assombração!


O pacto do fazendeiro com o diabo - José Omar Junqueira

O senhor José Omar Junqueira nasceu em 1933 na cidade de Luminárias - MG onde passou a maior parte de sua vida exercendo a profissão de carpinteiro. Hoje aposentado mora na cidade de Três Corações - MG. No vídeo a seguir temos um conto do ciclo do demônio logrado que pertence à categoria de contos que Luís da Câmara Cascudo nomeia de catequísticos.



O conto "O marido que vendeu a mulher para o Diabo" contado também pelo senhor José Omar e disponibilizado neste blog no link acima, tem muitos pontos em comum com este. Naquela postagem você encontra também um texto produzido por nós a respeito deste tipo de conto, com base em nossos estudos da obra do folclorista Luís da Câmara Cascudo.

A tradição de fechar o comércio na sexta-feira santa - Nagibe Francisco Murad

O senhor Nagibe Francisco Murad, mais conhecido como seu Bíbi, é natural de Lavras mas foi para a cidade de Luminárias muito criança e lá mora desde então. Sempre trabalhou e continua trabalhando como comerciante.No vídeo a seguir, seu Bíbi conta um fato que ocorreu na cidade de Luminárias e que é relembrado como um sinal da importância de se respeitar o dia de sexta-feira santa.

A tradição de fechar o comércio  na sexta-feira santa – Nagibe Francisco Murad
Fatos verídicos: Na década de trinta, o nosso comércio era feito por carros de bois, cargueiros e tudo atrasado como era em todo o Brasil. O comércio era de pequenos comerciantes, o povo não tinha condições financeira e poder, de poder de compra. A crise era geral.
Era e é tradição fechar o comércio na sexta-feira santa, desde essa época, em nosso distrito. Aconteceu o seguinte: havia um comerciante, Evaristo de Sousa, que resolveu fechar a sua venda na quinta-feira santa ao meio-dia. Rua do Cruzeiro, esquina com a Praça Nossa Senhora do Carmo. E abriu na sexta-feira ao meio-dia.
Ele tinha filhos pequenos, a gaveta onde colocava o dinheiro era na parte arta da prateleira, para as crianças não tirarem dinheiro.
Então ele começou a vender ao meio-dia de sexta-feira santa. O comércio dele era de gênero alimentício, quitanda, doce, etecetera. Depois de argum tempo, ali pelas três hora da tarde, em determinado momento ele foi atender um freguês, e aí, ao ir à gaveta onde colocava o dinheiro, para dar o troco, ele achou uma cobra coral dentro da gaveta. Assustado, ele tirou-a e matou-a, em seguida, fechou a venda.
O povo recebeu esse contecimento como castigo pela farta de respeito no dia de sexta-feira santa.


O empregado que não sabia contar - Nagibe Francisco Murad

O senhor Nagibe Francisco Murad, mais conhecido como seu Bíbi, é natural de Lavras mas foi para a cidade de Luminárias muito criança e lá mora desde então. Sempre trabalhou e continua trabalhando como comerciante. O seu Bíbi tem, entre os documentos de sua loja - que funciona também como seu escritório - um caderno que é um verdadeiro tesouro para a memória da cidade de Luminárias. Nele,  ele escreve os fatos memoráveis que ocorrem por lá, além de datas importantes e listas como a de todos os nomes de pessoas que morreram na cidade por serem atingidos por raios! No vídeo a seguir ele lê um desses fatos memoráveis: o caso de um empregado que não sabia contar e tinha muito trabalho para juntar os "bois de carro".


O caso do termômetro - Sebastião Vicente da Silva

Sebastião Vicente da Silva, mais conhecido comoTiãozinho da Lavrinha, nasceu em 1957 em Luminárias – MG e é lavrador. No vídeo a seguir ele narra um divertido conto.

A história de Jonas - Lazarino Francisco de Sousa

O senhor Lazarino Francisco de Souza, mais conhecido como seu Lázaro, nasceu no ano de 1931 em Lavras - MG e trabalhava como padeiro até se aposentar. A seguir ele narra uma história bíblica: a história de Jonas.

Charadas - José Omar Junqueira

O senhor José Omar Junqueira, também conhecido como Bispo, nasceu em 1933 na cidade de Luminárias - MG, onde passou a maior parte de sua vida exercendo o ofício de carpinteiro. Hoje aposentado mora em Três Corações – MG. O senhor Omar gosta muito de contar, decifrar e até mesmo inventar charadas. Gravamos algumas dessas charadas.

No primeiro vídeo estão apenas as perguntas, para quem quiser tentar decifrar.


 
Neste segundo vídeo estão as perguntas e as respostas, todas com explicações cuidadosas do senhor Omar.


Se você se lembra de alguma charada desse tipo, poste nos comentários. É uma maneira divertida de treinar a memória e o raciocínio.

Estórias de Assombração - Raul Nogueira do Nascimento

O senhor Raul Nogueira do Nascimento, conhecido serralheiro da cidade de Itumirim, nasceu no ano de 1932 em Andrelândia - MG, mas foi para a cidade de Itumirim - MG ainda jovem. No vídeo a seguir ele nos conta algumas passagens misteriosas que ocorreram na vida de seu irmão, um homem que, segundo o senhor Raul, não tinha medo de nada.

Estória de assombração – Raul Nogueira do Nascimento
Ês tava viajano. Deu uma chuva muito forte, e por conta da chuva ês chegô numa fazenda antiga pá abrigá, né? E nessa fazenda tinha quatro pedreiro trabaiando, né? Aí ês, tudo amigo, ficô por ali bateno papo. Um, compradô de galinha, pá revendê, o ôtro, negociante de gado, né? É... viajando. Aí num pudero í pra casa, com a chuva muito forte, o corgo encheu, aí ficô lá e jantaro com, com os pedreiro, contaro caso até uma certa hora.
Na hora dês... í deitá, cuô um café. Aí, na hora que cuô o café, um desses visitante num cumbinava com o moradô que morreu na fazenda. Aí ele foi tomá o café, chamô o que morreu, que chamava Tonho dos Reis:
- Vamo chamá o Tonho Reis pá tomá café.
Então falô assim. Entrô, fez tudo quanto é baruio que pôde existir na fazenda. E pagava a luz, jogano pedra, balaio de galinha jogava pra cima, caía no chão, mas não acertava ninguém. No muvimento da fazenda roncava pombim, latia cachorro, miava gato, brigava com a esposa dele, chegava carro cantando, cavalo rinchando, vaca berrando, munho rodando, na distância de longe.
Aí ele mandô pro mei do inferno, quando ele viu que o trem tava... mandô pro mei do inferno, e ficou muito... E dipois já tava os cumpanheiro desmaiado, o medo foi apertano, ele mandô pro mei do inferno, quando aquele trem sumiu um instante. Quando vortô, vortô muito pior, mais nervoso. Aí ele se viu apertado mêmo, o medo foi aumentando tamém, suzinho, aí apelou pras... gritou pras trêis missa de Natal. E foi a salvação dele!

As pastorinhas - Maria Aparecida Sales Ribeiro

Maria Aparecida Sales Ribeiro, nasceu na zora rural de Luminárias mas se mudou para a cidade de Itumirim, onde se casou e criou os filhos. Há cerca de 18 anos ela organizou um grupo de pastorinhas. No vídeo a seguir ela conta no que consistia esse grupo.

As pastorinhas - Maria Aparecida Sales Ribeiro
Bom, esse... é uma estória, né? Uma estória não, um caso verídico de todas as cidades, né? Que... Vem de muitos anos atrás, a estória das pastorinhas, como existe, é... Embaixada de Reis e outras coisa que se faz pra angariá dinheiro, donativos pra reforma de igreja, construção de igreja, católica, né?
Então, aqui em Itumirim, eu consegui montá um grupo de pastorinha, na época eu tinha a minha filha que era adolescente e meus filho eram pequenos. Então eu não trabalhava fora porque eu tinha que cuidá dos meus filho e da minha casa.
Aí nós montamos as pastorinha. Que era muito divertido e muito bom, era feito com muita alegria, com muita... sabe? Só que era bem ensaiadinho, coisa bem feitinha, com muita fé. Tinha as menininha que tocava violão...
Então aí eu resolvi montá e montei: são oito pastorinha, uma Nossa Senhora, um violeiro e uma senhora mais, assim, de mais responsabilidade pra cuidá das meninas. Onde a gente ia de casa em casa, cada uma com um bastão. Era lindo, lindo...
Eu tenho vontade de fazê isso de novo, um dia eu vô fazê, eu vô montá de novo.
Onde a gente ia de porta em porta. Cantava pedindo a esmola, expricando que era pra barraquinha ou pra igreja. E a gente pedia esmola, esperava recebê, né? O donativo, que era falado esmola mesmo, que era esmola pra igreja. Depois disso a gente cantava agradecendo.
Era muito divertido. A gente chegava em muitas casa, aquelas pessoa assim de bem idade, recebia a gente com o maior carinho. A gente carregava um Menino Jesus, a Nossa... a menina vestida de Nossa Senhora carregava a imagem do Menino Jesus.
E nós íamos pra zona rural, pras fazenda. Divertia muito porque vaca corria atrás da gente... cachorro... a gente se perdia nas trilha... Era muito divertido.
Só que era feito com muita fé, as vêis a gente rezava terço no caminho, chegava em algumas casa da zona rural, eles davam um lanche pras menina. E com isso era muito lindo, muito lindo...
É uma coisa que não pode deixá acaba. É... eu acho que inda existe em algum lugar em Minas que eles ainda sai com as pastorinha. Eu saí deve tê mais ou menos uns quatorze anos que eu sai com um grupo de pastorinha. Fomos ao Macuco, Rosário, percorremo Itumirim inteirinha, a zona rural. Onde angariamo bastante, mas muito mesmo! Depois, no final do dia era contado aquele, aqueles donativos, anotado numa caderneta.
Na zona rural a gente ganhava porco, galinha... Só que a gente, não tinha condição de carregá, ia carro, né? Da prefeitura, da igreja ou algum amigo ia buscar pra gente pra conseguí dinheiro pra construção das igreja, ou reforma.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Estória de malandragem - Lazarino Francisco de Souza

O senhor Lazarino Francisco de Souza, mais conhecido como seu Lázaro, nasceu no ano de 1931 em Lavras - MG e trabalhava como padeiro até se aposentar. Neste vídeo temos um conto narrado por ele, é a estória de um homem que não gostava de trabalhar e vivia aprontando, o que no remete à figura de Pedro Malasartes.


Saco de bênção ou saco de dinheiro?

A seguir temos duas variações de um mesmo conto. Ele foi narrado pelo senhor Luíz de Ávila e Silva e por sua filha, Maria José Ribeiro, ambos naturais de São João del Rei, ele nascido em 1912 e ela em 1940.
É interessante notar as diferenças entre as duas narrações, o que comprova que os contos populares, por serem transmitidos oralmente e guardados apenas na memória, sofrem inúmeras variações a cada vez que são recontados.
Este é um conto que pertence ao grupo que Luís da Câmara Cascudo classifica como contos catequísticos, pois tem a finalidade de transmitir um valor religioso, no caso, o hábito de pedir a bênção aos pais.




Luzes misteriosas - Juvenal José de Souza

O senhor Juvenal José de Souza é natural de Luminárias - MG onde vive com sua família e trabalha como extrator de pedra. No vídeo a seguir ele narra dois acontecimentos: um ocorrido com ele e outro com sua mãe. São aparições de misteriosos "clarões". Narrativas deste tipo são muito comuns na cidade de Luminárias, que recebeu este nome justamente em função da aparição de luzes até hoje inexplicadas.

Estórias de Assombração - Waldemar Vilela de Paula

O Senhor Waldemar Vilela de Paula, mais conhecido como "Seu" Waldemarzão, nasceu em 1932 em Luminárias, onde trabalhou muitos anos como motorista de caminhão. No vídeo a seguir ele narra alguns fatos ocorridos consigo mesmo ou contados a ele por terceiros. São as famosas estórias de assombração. Estórias em que personagens como o lobisomem e a mulher de branco são figuras muito frequentes.

O sítio das águas santas - Maria José da Silva

Maria José da Silva, mais conhecida como Maria da Lica, nasceu em 1940 e foi costureira. Ela nasceu na zona rural de Luminárias - MG, em um sítio conhecido como Águas Santas. No vídeo a seguir D. Maria José conta o que acontecia no sítio em que nasceu para que ele recebesse esse nome.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A carta para o morto - Nagibe Francisco Murad

O senhor Nagibe Francisco Murad, mais conhecido como seu Bíbi, é natural de Lavras mas foi para a cidade de Luminárias muito criança e lá mora desde então. Sempre trabalhou e continua trabalhando como comerciante. O seu Bíbi tem, entre os documentos de sua loja - que funciona também como seu escritório - um caderno que é um verdadeiro tesouro para a memória da cidade de Luminárias. Nele,  ele escreve os fatos memoráveis que ocorrem por lá, além de datas importantes e listas como a de todos os nomes de pessoas que morreram na cidade por serem atingidos por raios! No vídeo a seguir ele lê um desses fatos memoráveis.